Panorâmica de Porto Alegre

sábado, 6 de novembro de 2010

Fotoetnografia

A fotografia é uma linguagem que possui suas próprias características, nem melhor nem pior que as outras, sendo apenas diferente. Podemos dizer que a linguagem escrita que mais se aproxima da fotografia é a poesia. Fotografar não é apenas refletir a realidade, mas é também reflexionar sobre ela e nela refletir-se. A própria realidade empresta suas formas aos fotógrafos, ao contrário do que acontece com os escultores, pintores e desenhistas, que têm de fazê-la com as mãos.  Não existem fotografias que não sejam portadoras de um conteúdo humano. Toda fotografia é um olhar sobre o mundo, procurando dar significação a este mundo. 
Fotoetnografia é a utilização da fotografia para registrar e compreender a cultura das pessoas. O domínio da técnica colocado a serviço do antropólogo é a condição primordial para a realização de trabalhos etnográficos. A interpretação antropológica começa pela coleta de dados em campo, seguida de uma análise aprofundada, aonde o gravador, a câmera fotográfica e a filmadora vieram se juntar ao tradicional bloco de notas.  Em fotoetnografia, o fotógrafo deve pensar ininterruptamente na construção da imagem e no seu enquadramento, estando o suficientemente próximo para melhor observar a cena e o suficientemente longe para não interferir nos acontecimentos. Deve ser capaz de trabalhar os planos e principalmente, saber olhar. No plano etnográfico, a fotografia constitui uma reserva de documentos, permitindo conservar coisas que não se poderá mais rever. Mas as fotografias jamais devem ser utilizadas de forma isolada. Uma narrativa fotoetnográfica deve se apresentar na forma de uma série de fotos que estejam relacionadas entre si, compondo uma seqüência de informações visuais que darão significação ao conjunto.


Bibliografia:
ACHUTTI, Luiz Eduardo Robinson. Fotoetnografia da Biblioteca Jardim. Porto Alegre: Tomo Editorial, Editora da UFRGS, 2004.

Fotografia Documental - ULBRA

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